Começar a desenhar é realmente complicado pra mim. Quando eu olho pra uma página em branco na minha prancheta a minha vontade é levantar da cadeira e ir ver TV, usar o computador, ler um livro, jogar futebol. Tudo menos desenhar. Mas eu tenho que desenhar, eu penso. Então mesmo sem vontade eu pego a régua e começo e traçar as linhas que formarão os quadros. É ai que, lentamente, a porta começa a se abrir.
Depois de girar a maçaneta e abrir a porta, tudo começa a ficar mais claro. Começo a esboçar os personagens e uma faísca de entusiasmo sai da ponta do meu lápis. Depois de terminados os esboços, eu começo de fato a desenhar. E dai tudo muda de figura. Eu quero desenhar, eu penso. Porque por mais que seja difícil olhar a porta fechada, por mais doloroso que possa parecer tocar na maçaneta gelada, por mais assustador que seja ouvir o rangido da porta abrindo, depois que porta se abre, só o que nos resta é entrar com a cara erguida, pra então poder apreciar o que tem atrás daquela porta.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
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Depoimento muito bem articulado, Jopa. Acredito que quase todo mundo que desenha tem essa síndrome da maçaneta. Mas, abrir a porta, é questão de necessidade ou de opção. Abraço e bom trabalho!
ResponderExcluirPode ter certeza que eu me sinto assim quase sempre também... no teatro, na música... acredito que a criação dependa dessa maçaneta...
ResponderExcluirVocê tem razão.
Proteja seus dedões e pé na táboa!!!
bjs
Si