segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Aquilo que as vezes passa despercebido

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Eu não tenho o dom pro desenho. As pessoas podem tentar dizer o contrário mas é verdade, eu não tenho o dom. O que eu tenho é uma vontade imensa de desenhar e alguma força de vontade que me faz tentar, tentar e tentar. E dentro dessa minha vontade de desenhar o que eu gosto mesmo é desenhar pessoas. Adoro desenhar pessoas de todos os tipos. Homens, mulheres,crianças. Tenho minhas enormes dificuldades nisso também, mas mesmo assim tenho prazer em ver os rostos se formando no papel.

Mas os quadrinhos não são só feitos de pessoas. Elas têm um papel importante, quase sempre central, nas histórias, mas não são a única coisa que importa. Afinal existem os cenários. Eu tentava ignorar os cenários sempre que possível nas minhas histórias, mas nessa minha HQ tenho me esforçado um pouco mais e desenhado cenários nas páginas. É difícil, nem sempre sai direito, mas é notável que melhora muito a beleza da coisa.

Entrada 3

A primeira cena da minha história se passa na entrada da fazenda, então é toda recheada com grama e cercas. Foi complicado, mas eu fiz. O problema foi outra cena. A cena do espelho.

Espelho 3

Os vários azulejos da parede me fizeram usar a régua muitas e muitas vezes. Pode ter dado trabalho, mas o resultado me deixou feliz, e me mostrou que todo o esforço usado nessa parte "chata" é recompensado no final.

A minha história não tem nenhuma cena na cidade. Mas tem uma cena durante o café da manhã. E nessa cena o personagem principal conta um pouco porque ele foi pra fazenda. E ai eu me arrisquei a fazer um quadro grande com ele na cidade. Se deu certo? Bem, deixo vocês decidirem.

Café pág 4 MINI

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Acredite ou não a paisagem será bonita

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Começar a desenhar é realmente complicado pra mim. Quando eu olho pra uma página em branco na minha prancheta a minha vontade é levantar da cadeira e ir ver TV, usar o computador, ler um livro, jogar futebol. Tudo menos desenhar. Mas eu tenho que desenhar, eu penso. Então mesmo sem vontade eu pego a régua e começo e traçar as linhas que formarão os quadros. É ai que, lentamente, a porta começa a se abrir.

Cafe 1

Depois de girar a maçaneta e abrir a porta, tudo começa a ficar mais claro. Começo a esboçar os personagens e uma faísca de entusiasmo sai da ponta do meu lápis. Depois de terminados os esboços, eu começo de fato a desenhar. E dai tudo muda de figura. Eu quero desenhar, eu penso. Porque por mais que seja difícil olhar a porta fechada, por mais doloroso que possa parecer tocar na maçaneta gelada, por mais assustador que seja ouvir o rangido da porta abrindo, depois que porta se abre, só o que nos resta é entrar com a cara erguida, pra então poder apreciar o que tem atrás daquela porta.

Cafe 2

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Aquela relação estranha e embaçada

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Espelho 2

Quando eu comecei a pensar na história que eu estou preparando pra Rio Comicon, a primeira coisa que eu decidi era sobre o que eu queria falar. Não precisei pensar muito pra decidir falar de irmãos.

A relação de irmão com irmão é, para mim, a mais complexa que existe. Nem a relação com a família, nem a amizade, nem o amor. Nada se compara a essa relação que oscila entre carinho e raiva. Que irmão nunca sentiu um enorme conforto em apenas ficar sentado do lado de seu irmão. E qual irmão nunca sentiu um ódio devastador ao ver reconhecerem os feitos do outro irmão, mas não os seus.

A minha história é pequena, mas mesmo assim pode parecer que fala de várias coisas. Da conturbada vida na cidade grande, da necessidade da solidão, da violência sem sentido. Mas no fundo, no fundo, ela fala sobre irmãos.

Revelação 1